Angela Regina Ramalho Xavier, nasceu em 02/12/1954 no estado do Paraná, é mãe, pedagoga, escritora e atualmente mora na cidade de Maringá/PR.
Começou a escrever desde a adolescência e de forma independente publicou três livros (Palavras Pedem Passagem; Poeminhas Dedicados e De Abraços & Cheiros) , sendo que dois deles foram lançados na Bienal Internacional do Livro e seu primeiro livro foi indicado pelo apresentador Fausto Silva (Faustão) no seu quadro "Vitrine do Faustão".
A Angela é uma querida, super simpática e atenciosa! Quando enviei o convite para a entrevista, no mesmo momento ela aceitou e batemos um papo super gostoso!
Espero que todos curtam também!!
1) Quando começou a escrever e como surgiu a paixão pelos livros?
R: Desde pequena, sempre
via meu pai lendo e tinha muita curiosidade em saber o que havia de
interessante naqueles livros. Quando ele ia trabalhar, eu entrava escondido no
seu quarto para matar minha curiosidade. Olhava livro por livro, principalmente
as gravuras. Eu não sabia ler direito, mas aquele universo me encantava. Entre
os livros de meu pai, havia alguns de poesia e muita literatura de cordel.
Também encontrei livros sobre política e outros que retratavam a cultura de sua
terra. Meu
pai era Paraibano “da Serra de Teixeira”, como ele mesmo se definia. Era (e
ainda é) comum na cultura nordestina, os cordelistas fazerem seus “repentes” em
praças públicas. Meu pai fazia versos com propriedade No 3º ano do antigo primário (hoje ensino fundamental), a professora de
Português solicitou que os alunos fizessem uma redação com o tema
"mãe". Eu devia ter uns 8 a 9 anos, mais ou menos. Lembro-me que fiz
a redação e foi um sucesso! Percebi muito cedo a reação que um texto escrito causa nas
pessoas. Percebi também que levava jeito para a escrita e não parei mais. Com nove anos
escrevia bons textos e aos 12 anos já compunha meus versos. Como toda
adolescente, não mostrava a ninguém o que escrevia. Além disso, perfeccionista,
joguei muita coisa fora, por não considerar relevante.
2) Você tem algum
livro que te faça lembrar de um momento especial em sua vida?
R: O poema “Cântico
Negro” do escritor português José Régio, chegou até a mim quando eu tinha 17
anos, através de um livro didático de Língua Portuguesa. Nessa época eu fazia um curso técnico de Redação que foi determinante na minha vida. Estudei grandes nomes da
literatura nacional e internacional: Drummond, Vinicius, Cecília Meireles,
Neruda, Fernando Pessoa e o próprio José Régio foram os que me marcaram. Eu
sempre tive uma personalidade muito forte e relutava quando me diziam: “vem por
aqui”. Eu mesma queria determinar meus caminhos e quando li “Cântico Negro” era
tudo que eu precisava ler! Acho mesmo que vim ao mundo para deflorar “florestas
virgens e desenhar meus próprios pés na areia inexplorada”. Até hoje, não sei por onde vou, não
sei para onde vou, - Sei que não vou por aí! Esse livro e esse poema
marcaram aquela fase, das mais especiais em minha vida. Mais tarde, “Campo de Flores” de
Drummond (do livro Claro Enigma, 1951), me marcou demais! Quando o li fiquei
sem fala. Acho que foi essa leitura que me levou a escolher o amor como tema
predominante dos meus textos.
1 3) Ser mãe requer
tempo e dedicação, como é para você dividir o seu tempo entre família e a
carreira?
R: Eu não tive esse
problema, pois optei por viver cada papel. Ser mãe aconteceu na minha vida na
maturidade. Eu estava com 26 anos e ainda não havia realizado meu sonho de
publicar um livro. Então fui ser mãe e deixei meus textos e poemas arquivados
por um bom tempo numa pasta, guardada num armário. Na
verdade minha carreira como professora (e não como escritora) era o que tirava
em parte meu tempo com a família. Mas isso eu soube administrar contando com a
ajuda dos familiares. Meus livros e a dedicação mais intensa à escrita
aconteceram de 2007 para cá, quando meu filho já era adulto e independente.
1 4) Quando você iniciou
sua carreira de escritora, teve o apoio da família e amigos?
R: Na verdade, eu não
senti o impacto de “iniciar na carreira de escritora” pois as coisas foram
acontecendo muito naturalmente. Minha família sabia desse meu sonho e quando
saiu o primeiro livro eles pensaram que era somente a realização de um sonho e
que pararia por ali. Mas imediatamente já engatei no segundo, no terceiro e
agora estou terminando o quarto livro. Então, parodiando o poeta português José
Régio eu digo: não sei para onde vou, sei que não vou parar por aqui! Mas eles
entendem e apoiam o que faço, pois sabem que é mesmo paixão antiga
5) Como surgiu a ideia
de escrever seu primeiro livro? Você sentiu dificuldades para lançar seus
livros no mercado literário?
R: Tenho um espaço no Recanto
das Letras onde posto alguns textos. Considero esse espaço meu “laboratório de criação”. Quando tenho
uma ideia ou um esboço de algo que quero escrever, vou lá e posto. Deixo a postagem e fico aguardando os
comentários, porque o site permite que os leitores se expressem com o autor
sobre os textos.Tenho ferramentas no Recanto que me
permitem escolher os textos mais lidos, aqueles que obtiveram maior aprovação
do público leitor. Quanto ao mercado
literário, as dificuldades são muitas. Tentei mandar originais para algumas
editoras, mas nem me responderam. Outras não aceitavam originais de poesias e
algumas nem abriam espaço para receberem originais. Eu não tenho nenhum figurão
que me banque, muito menos conhecimento em editoras consideradas top de linha.
Sou apenas eu e minha vontade. Também não tenho paciência de sair de empresa em
empresa pedindo patrocínio. Não me dispus a utilizar recursos da Lei Rouanet,
por discordar de suas exigências pra lá de burocráticas. Restou-me apenas uma
opção: ser escritora independente, ou seja, banco o meu trabalho com meus
próprios recursos.
6) Qual dica você pode
deixar para as pessoas que também buscam pelo sonho de publicar um livro?
R: Eu digo que
acreditem em si mesmas e sigam em frente. Eu não teria feito nada se não
acreditasse em mim. Sou minha maior fã! Quando escrevo algo que considero uma
“obra prima” digo a mim mesma: Caraca Angela, tú é boa nisso! (risos). Costumo
aconselhar aos jovens escritores que leiam! Leiam muito! Eu li de tudo,
autores diversos com seus diferentes estilos e isso me foi fundamental. A
leitura amplia a visão de mundo e imaginem vocês quantas pessoas por aí não
estão precisando disso? A leitura abre-nos um leque para
visualizarmos de forma mais abrangente a realidade que nos cerca. Além disso, a
leitura de vários estilos de textos é que vai nos capacitar para a escrita,
ampliando o nosso vocabulário e nos proporcionando mais segurança para escrever.
Ler e escrever sempre! Esse foi o melhor conselho que tive e faço questão de
repassar!
R: Eu acho que é uma mídia que tem avançado e se tornado um instrumento de grande alcance para os escritores iniciantes e até para os grandes nomes da nossa literatura.Eu sou muito brincalhona (não reparem) e o nome do meu blog é uma brincadeira que fiz com a jornalista Patrícia Poeta (que assina poeta mas é jornalista). Meu blog chama-se “Não sou Patrícia, mas sou poeta”. Eu penso que um bom blog acaba sendo formador de opinião. Se o blog firma-se como um blog sério em suas propostas ele tem tudo para isso. Vejo na blogosfera literária excelentes blogs e sempre que posso, visito-os. Na minha experiência como blogueira, vejo que os blogs tem um grande poder de penetração e atingem um público diversificado que além da busca de boas indicações, também procuram os novos nomes da literatura contemporânea. Muitos dos convites que recebo e/ou indicações do meu nome para prêmios, são consequência de acompanhamento do meu trabalho via blog, o que para mim, indica que essa ferramenta é mais do que necessária para o desenvolvimento do meu trabalho enquanto escritora.
8) Como escritora você se sente uma profissional realizada?! Algum novo projeto em vista?
R: Ainda falta muito para que eu me sinta realizada como escritora. Considero que comecei a colher os frutos do meu trabalho em 2012, ano em que recebi 04 (quatro) premiações. Em 2012 também fui convidada para participar da ANLPPB (Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro). O ano de 2013 começou bastante profícuo nesse sentido. Participei das festividades do aniversário da REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) em São Paulo, fui convidada para participar de mais uma Academia, dessa vez a ALB (Academia de Letras do Brasil- Seccional Suíça). Acabo de ser selecionada em um concurso literário nacional, promovido pela Editora Litteris (RJ).
Recebi dois convites para participar da Feira de Frankfurt (Alemanha) e estou à cata de patrocínios. Meu mais novo projeto (além do quarto livro) diz respeito a uma firma que estou abrindo para prestar assessoria aos novos autores, na publicação de livros. Entre os serviços prestados, faremos: Revisão Ortográfica, Revisão Gramatical, Serviços de Redator ou Copidesque e Serviços de Ghost Writer (escritor que se ocupa em redigir livros para outros mediante pagamento).
Abraços!
Oi Ana Paula!
ResponderExcluirQue legal essa entrevista, a Angela é super simpática!
Adorei!
Tem promoção e post novo no blog
http://goo.gl/3xHP0
Beijão
Olá Sarah!
ResponderExcluirQue bom que você gostou! Fico feliz!!
A Angela é uma graça...adorei conhece-la!
Pode deixar que vou visitar seu blog!
Bjos!
Obrigada Sarah Marques e mais uma vez obrigada à Ana Paula pelo carinho e por essa oportunidade em divulgar o meu trabalho!
ResponderExcluirImagina Angela! Eu que agradeço a oportunidade! Sucesso sempre! Bjos!
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